With you in your dreams

If I’m gone when you wake up
Please don’t cry
And if I’m gone when you wake up
Please don’t sigh
Don’t look back at this time as a time
Of heartbreak and distress
Remember me, remember me
‘Cause I’ll be with you in your dreams
Oh I’ll be with you, oh oh

Oh oh

Don’t cry, I’m with you
Don’t sigh, I’m by your side
Don’t cry, I’m with you
Don’t sigh, I’m by your side

And though my flesh is gone, whoa
I’ll still be with you at all times
And although my body’s gone, oh
I’ll be there to comfort you at all times

Oh oh

But If I’m gone when you wake up
Please don’t cry
And if I’m gone when you wake up
Please don’t sigh
Don’t look back at this time
As a time of heartbreak and distress
Remember me, remember me
‘Cause I’ll be with you
I’ll be with you in your dreams

Oh, I’ll be with you
Oh
I’ll be with you in your dreams
I’ll be with you
I’ll be with you

I don’t want you to cry and weep, oh
I want you to go on living your life
I’m not sleeping an endless sleep, oh
‘Cause in your heart
You have all of our good times
Oh, all of our good times
Oh oh you have

And if I’m gone when you wake up
Please don’t sigh
Don’t look back at this time
As a time of heartbreak and distress
Remember me, remember me
‘Cause I’ll be with you in your dreams

Oh
I’ll be with you in your dreams
I’ll be with you
Oh
I’ll be with you
I’ll be with you in your dreams
I’ll be with you in your dreams…

.
Ontem de manhã eu recebi a notícia que meu avô tinha morrido. Ele já tinha infartado e, há alguns anos, melhorava e piorava. Na noite de quinta-feira tinha tido uma série de problemas respiratórios e foi pro hospital. Recebi a notícia logo de manhã, umas 6h, e tinha acabado de sonhar com ele. Por isso, esse post não vai ser muito animado, talvez seja até meio mórbido, e ninguém precisa ler se não quiser. Então, vou colocar a quebra de página aqui e, caso você ainda queira ler o resto do post, é só clicar abaixo.

 

No trabalho fiz tudo correndo para poder ir embora logo depois do almoço. Encontrei o namorado no metrô e fomos para Inhaúma. É um cemitério gigante, o sol estava a pino, fomos andando em busca da Capela. No trajeto, tantas famílias enterrando seus mortos, lágrimas, desespero, era como se uma névoa de tristeza envolvesse a gente enquanto caminhávamos. Tal uma neblina, enchia nossos olhos de lágrimas, mesmo por baixo dos óculos escuros.

A última vez que alguém mais conhecido morreu, minha tia avó, foi há uns 5 anos. Não fui no velório, enterro, nada. Meu avô por parte de pai morreu quando eu ainda era criança. Então, essa foi a primeira vez que fui num enterro, não sabia como era. Coloquei saia preta, blusa preta, sapatos igualmente pretos. Fui pra aula na pós graduação, fui ao trabalho, e me disseram que eu estava muito elegante, muito sóbria.

Descobrimos que a Capela ficava do lado de fora, afinal. Tivemos que andar mais e chegamos, suados, à sala quente com um ventilador de teto e uma caixa de madeira enorme no meio, coberta de flores e um tule muito fino. Eram tantas as flores que cheguei a pensar, por um segundo, que meu avô não estava lá, que era só um vaso de plantas muito mórbido. Mas estava enganada.

O pastor falou um monte de coisas bonitas. Falou da rotina da vida, de que somos rosas de 20, 50, 80, 100 anos. Somos como rosas que nascem, desabrocham e morrem, e eu não pude deixar de pensar na ironia de ter tantas rosas desabrochadas sobre o corpo do meu avô. Quando o discurso acabou e as pessoas se dispersaram, eu me aproximei do caixão, nunca tinha visto um morto, nunquinha. Achei que os mortos tivessem uma cor diferente, uma expressão de mortos, mas não, a expressão do meu avô era muito viva, era como se ele estivesse dormindo, como se fosse mandar um joinha e dar um sorriso maroto pra gente.

_ E agora, quem vai ser o personagem das histórias malucas da nossa família? – perguntou a minha tia, que veio da Bahia de carro, pegou avião e ainda sim estava sorrindo. – acho que vai ser o José Victor, respondi, me referindo ao meu primo mais novo, filho dela, que parece ter herdado todas as características engraçadas do meu avô. – essa é a minha aposta.

Então saímos andando. A família toda atrás da kombi que carregava o caixão, conversando, tudo me pareceu um passeio extremamente quente. Reparei que eu era a única de preto, todos usavam calças jeans, vestidos, roupas normais. Mas eu nunca tinha ido a um evento assim, não conhecia o dress code, na TV sempre usam preto em enterros.

Já no cemitério, caminhando entre os túmulos, estava cansada, as pernas doíam, mas quem queria sentar sobre uma daquelas caixas de cimento? Então jogamos as pétalas, enumeramos as caixas com restos de parentes que não sabemos nem o nome, e eu pensei se seria muito claustrofóbico lá embaixo. Mas aí me dei conta de que ele não está lá. Na verdade, acho que ele não está mais em lugar nenhum, além de nas minhas lembranças, e não estou triste por isso, nem indignada. Só sinto saudades.

22 thoughts on “With you in your dreams

  1. Loli says:

    Te entendo, perdi meu avô vai fazer exatamente 1 ano dia 15 de maio. Também nunca tinha perdido ninguém próximo (meu outro avô morreu antes de eu nascer). Bom, apesar de eu ter chorado, já que é uma dor inevitável, acho que fui até bem. Ele já tava bem doentinho, não levantava da cama, precisava de enfermeira pra tudo… só vou me lembrar dele como aquele vovô que ia levar milho verde e chocolate batom pra mim e pra minha irmã de tarde quando a gente ligava pedindo…. duas pentelhas chatas, hehehe.

  2. Fezinha says:

    Vc e a Liana na mesma semana =(

    Sabe Fê…é normal o que vc está sentindo. Perdi meu pai e tb o meu avô, e sei a diferença das 2 coisas. O avô vc sente saudades. Mas ele viveu bem, viveu muito, e talvez estivesse cansado. É por isso que vc não está triste…eu sei bem do que vc está falando, e isso não é estranho, tá?
    Meu pai foi outra história, e aí sim dá tristeza, raiva, indignação….e saudade. E no fim das contas, o que sobra é mesmo só a saudade. Prá sempre.

    Fica com Deus.

  3. Mel says:

    Fê querida,

    A morte é um troço difícil de lidar mesmo. Nunca estaremos preparados, tampouco saberemos ao certo como lidar, o que dizer, sentir, até mesmo o que vestir.
    Dentre vários sentimentos, acho que a saudade é o único que não tem uma cor definida ou imaginável…Na verdade, parei pra pensar nisso depois de ler o seu post.
    Bom, o que quero dizer é que agora o seu avô está coberto de todas as cores. Desde as que ele viu pela primeira vez, quando menino, até as últimas que ele pincelou no mundo.
    Fica bem, viu?
    Um beijo!

  4. Mirian Amaral says:

    Meu avô morreu há dois anos. Na véspera do natal. Passamos a meia noite velando o corpo dele na igreja. Ele estava bem velhinho já, sabe? Mas, ninguém queria que ele se fosse. Sinto uma saudade danada, mas com o tempo aprendi lidar com ela.
    Fê, sou solidária à sua dor. Vou pedir a Deus confortar o seu coração e o de sua família.
    bjos

  5. Luciana says:

    É, ter que aprender a lidar com a morte é muito trash mesmo e não importa se é parente próximo ou não, saber que aquela pessoa não vai voltar NUNCA MAIS é muito difícil. Claro que a intensidade da dor tem nuances diferentes dependendo da proximidade, mas com o passar do tempo a nova realidade vai se incorporando ao dia-a-dia. Em 2009 eu perdi os dois homens mais importantes da minha vida: meu esposo e pai da minha filha e meu pai. Eles morreram em circustâncias muito diferentes: um foi suicídio o outro foi decorrente de cirrose/diabetes. Eu achei que não fosse sobreviver, mas restou minha filha que tem sido minha inspiração para continuar.
    Vc vai ficar bem, acredite!
    Bjos! E força!

  6. Thaíza says:

    Oi Fernanda… olha, eu não tenho o costume de comentar aqui (aliás em blog nenhum) mesmo acessando quase todos os dias e te achando uma fofa, mas acho que nessas horas a gente precisa de força, independente de onde venha e de quem seja.
    Eu já passei por isso e entendo perfeitamente como é e o que vc está sentindo, acredite. Confesso que quando li chorei de novo, relembrando tudo o que eu passei, e mesmo sem te conhecer me deu uma vontade enorme de te dar um abraço e te consolar. Mas como isso não é possível, deixo meu comentário aqui te desejando força.
    A saudade fica, sempre. Mas vai ficar tudo bem, tá? Acredite nisso.

    Um beijo, Thaíza. 🙂

  7. Ana Carolina says:

    Fê, do fundo do meu coração sinto muito.
    Nesses momentos em que a saudade bate, sempre achamos que não lembrar é melhor, que assim a dor vai passar.
    Sofri uma perda recentemente,e conforme o tempo passa, é inevitável que nos lembremos. Mas a dor se conforma com vc e vc passa a vê-la como resultado de algo melhor. É sinal de que aquela pessoa foi importante para vc e te fez uma pessoa melhor. A saudade ganha uma dimensão de que lembrar de como ela te fazia sentir era a melhor sensação do mundo e que nunca vai deixar de amá-la.
    Não se me expressei bem e se vai servir de alguma coisa.
    Mas a saudade pode ser boa, e a frase que todos dizem “Você vai ficar bem.” ganha o sentido real. Vc vai ficar bem sim. Vc vai se lembrar do bem que ele te fazia e de como le te fez uma pessoa melhor no seu dia-a-dia e vai levá-lo sempre com vc.
    Beijos!

  8. Annina Barbosa says:

    Winter, spring, summer or fall
    All you have to do is call
    And I’ll be there
    You’ve got a friend

    Imagino e posso sentir o quão duro é perder aquela pessoa tão, mas tão querida por nós.
    Fica bem, querida.
    Qualquer coisa, grita.

    Um beijão.

  9. Teresa says:

    Nossa Fê, sinto mto mesmo…

    Acho que nem preciso te dizer o quanto te entendo (vc lembra da morte da minha vó ano passado…)…e assim apesar de eu ter ficado mto indignada quando aconteceu td, o enterro dela foi uma das melhores experiências da minha vida…

    Eu já tinha ido no velório de uma amiga minha do colégio que teve câncer (imagina! filha única!) e quando cheguei lá na sala ao lado estava tendo o velório do pai de um super amigo meu (com a família arrasada!) e esse tinha sido o pior dia da minha vida…o pior…imagina qdo cheguei para o enterro da minha vó, estava apavorada…

    Mas qdo cheguei lá eu senti uma paz tão grande, era como se ela estivesse ali dizendo para td mundo q estava td bem…então eu entendo sim a indignação e a falta dela tb…e vou te dizer: não importa o que aconteça, no final o que sempre vai restar são as saudades…essa é a única coisa que não morre nunca…e é tão bom sentir aquela saudadezinha gostosa daqueles tempos bons sabe? A dor não some tão rápido, mas com o tempo vc vai passar a sorrir quando lembrar dele ao invés de chorar, pode ter certeza disso… 🙂

    Se você estiver precisando de um ombro p/ chorar, de um abraço ou de um silêncio compartilhado, saiba que eu sempre vou estar aqui ok? Já te disse que somos amigas de outra vida, e por mais que não estejamos nos vendo sempre, o meu gostar de você não diminuiu…amizade é isso, ficar 50 anos sem se ver e continuar tendo o msm carinho p/ sempre… 🙂

    Mts beijos babados na sua bochecha p/ te fazer sorrir um pouquinho 🙂

  10. Liana Barros says:

    Querida, que triste coincidência, perdi minha avó na sexta-feira, também fiz um post. E soube do seu avô hoje, pela Nadja, minha cunhada, que me contou. É dureza, ninguém está preparado para a morte de alguém tão querido, talvez os espíritas estejam um pouco mais, mas ninguém está livre da dor da saudade. Ao contrário de você, a minha avó tinha uma cor feia, estava magra e abatida e a última imagem que tive dela no enterro não é a que quero guardar na memória. E são essas imagens e lembranças legais que nos consolam, no final das contas. Um beijo pra vc, fique bem!
    Li

  11. Renata Sabino says:

    Menina, perdi meu pai grávida, ano passado uma tia e esse ano minha avó…
    A dor é eterna e a lembrança e o chor a gente aprende a administrar. Muita força e conte com meu carinho.
    Lembra que o blog é seu e que vc vale principalmente pelo seu astral e sentimentos, esse é seu espaço, escreva sempre o que desejar.
    Beijos!

  12. Camis says:

    Eu nunca sei o qu dizer nessas horas…mas sei o que é perder vô. O Meu único, que todos diziam que eu era mais colada com ele que com meu pai (e de fato era) morreu há 5 anos. Mas até hoje quando vou na casa da minha vó acho que vou escutar o som do bocejo dele, ou a tv alta…até hoje quando entro na casa dela eu choro. Fico lembrando de tudo…é péssimo. É MUITA SAUDADE MESMO. Eu não fui no enterro. Estava viajando. Mas acho que foi melhor assim…ficar lembrando da última vez que nos vimos…do último abraço…do último beijo…da última piada…
    Enfim, a dor é eterna mesmo. E sempre vamos ter aquela sensação de que foi ontem, sabe? recente. 😦

    Fica bem.

    Beijos.

  13. gicelia ribeiro says:

    Meus sentimentos por vc Fê. Nunca fui a um enterro, a pessoa mais próxima que já faleceu em minha família foi minha vó paterna, eu tinha uns 7 anos e ela foi enterrada na sua cidade natal, Feira de Santana um interior da Bahia, o povo do interior é meio doido, tiraram uma foto dela no caixão e a expressão dela tb era bem calma, como se tivesse dormindo.
    Que o doce Espírito Santo traga consolo a vc e a sua família. Bjos

  14. Marcela says:

    Só quem perdeu alguém querido sabe o que vc passa nesse momento. Algumas pessoas encaram a serenindade de outras nesse momento como falta de amor, eu acho que é conformidade e certeza. Conformidade em saber que isso aqui é só parte de uma jornada infinitamente maior e certeza de que a pessoa que se foi fez o que podia para tornar sua jornada e a dos seus muito mais agradável.

    bju no ♥. força.

  15. Renata says:

    Ola Fernanda
    Nunca comentei por aqui apesar das frequentes visitas…Mas hoje resolvi comentar…Há menos de um ano,alias sexta fez dez meses,perdi meu pai.Estavamos sempre juntos,mesmo depois que casei.Até hoje parece que é mentira…Choro sempre,mas como você,não por tristeza,por saudades.Uma saudade absurda e sem remédio.Desejo que tenha muita força neste momento tão dificil.Lembrar dele,falar nele,em todos os bons momentos ,e até as vezes chorar,sempre vai amenizar um pouco a falta que irá sentir.E pode ter certeza que é assim que gostaria de ser lembrado.É o que tem me ajudado.Espero que te ajude também.Um grande beijo

  16. aninha says:

    Perdi meu pai de forma bem trágica Fê….mas sabe que depois do ocorrido fiquei bem. Até comentei com minha mãe que as vezes me sinto fria. Mas chegamos a conclusão que tenho outra visão da vida, a real, e objetivismo em saber que aquilo aconteceu e a vida continua , não podemos ficar nos martirizando, nem sofrendo. E a única coisa que fica na minha memória são os momentos bons com ele e pensamentos positivos. Acho que isso é suficiente.

  17. Erika says:

    Só li o post agora!
    Sinto muito pelo que aconteceu e espero que você e sua família fiquem bem!
    Beijos grandes!!!

  18. Telma Maciel says:

    A gente vai se acostumando com a ausência das pessoas queridas, mas tem um lugar de onde elas nunca saem: nosso coração! E lá estão as melhores lembranças! Com certeza seu avozinho vai ser sempre mto bem lembrado por vcs e isso vai suprir essa falta.
    Eu tô ‘acostumada’ com enterros (já estive em 4 ou 5) e no prazo de 6 meses já vi mortos antes de serem enterrados… a maquiagem faz coisas! rs
    Mas é como vc disse: aquele corpo era só a casquinha de um espírito mto bom, que agora está nas lembranças!
    Um beijo

  19. Ana says:

    Olá! Conheci seu blog hoje e quando li esse post fiquei chocada com a coincidência. dia 3 de maio também as 6h da manhã eu recebi a notícia que o meu avô tinha falecido. exatamente como o seu, o meu avô teve um infarto e faleceu.

    é muito dificil. a perda dele…. figura principal da família, e ver a minha família sofrendo foi mto complicado!!!

    força! eu já passei por isso. meu pai faleceu em 1997. e é muito dificil. o apoio da família é fundamental!

    beijos

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